POESIA DE ESPAÑA
Coordinación de AURORA CUEVAS-CERVERÓ
Universidad Complutense de Madrid
Fonte: www.wikidata.org
Xesús Lorenzo Varela Vázquez (Havana, 10 de agosto de 1916 – Madrid, 25 de novembro de 1978) foi um narrador e poeta galego que passou a maior parte da sua vida no exílio.
Lourenzo Varela nasceu no barco La Navarre no momento em que ele chegava ao porto de Havana com um grupo de emigrantes galegos entre os que se incluíam os seus pais.
A infância de Varela, porém, transcorreu principalmente em Monterroso (Galiza), aonde regressaram os pais pouco depois de emigrarem pela primeira vez. A começos da década de 1920 a família emigra novamente, agora com destino a Buenos Aires, onde Varela realiza os estudos primários e possivelmente o primeiro curso de segundo grau.
Em 1931 a família retorna à Galiza e instala-se em Lugo, onde Varela receberá a alcunha de “argentino” pelo seu sotaque. Em Lugo completa os seus estudos de segundo grau e participa na fundação da Federação de Mocidades Galeguistas (nacionalistas), afiliando-se também à trotskistaEsquerda Comunista. Estabelece, também, uma amizade com dois dos autores que depois serão principais no conjunto da cultura galega, Ánxel Fole e Ramón Piñeiro.
Em 1934, Varela instala-se em Madrid para estudar a carreira de Filosofia e Letras, onde contata com o grupo PAN (Poetas Andantes y Navegantes), dirigido por Xosé Otero Espasandín, em cuja revista publica os seus primeiros textos e recensões de obras de Álvaro Cunqueiro e Tomás Meabe. Além disso, contatou com outros estudantes e intelectuais galegos como Eduardo e Rafael Dieste e espanhóis, como Federico García Lorca, Luis Cernuda, Miguel Hernández ou o chileno Pablo Neruda. Nessa época incorpora-se às Missões Pedagógicas e trabalha como crítico literário no prestigioso jornal El Sol.
Militou no Partido Comunista da Espanha e durante a Guerra Civil espanhola teve um papel relevante nas Milícias da Cultura. Produziu a sua obra em galego e em castelhano e foi-lhe dedicado do Dia das Letras Galegas em 2005.
Obra em língua galega
Quatro poemas galegos pra quatro gravados (incluído num álbum de Luís Seoane), 1944; Lonxe, 1954; Poesías, 1979; Poesía galega, 1990.
VARELA, Lorenzo. Lonxe por Lorenzo Varela. 10 grabados en madea por Luis Seoane. Buenos Aires: Ediciones Botella al Mar,
1954. 55 p. Limiar por Arturo Cuadrado
LONXE
I
Dourados peixes, froles amarelas,
coronárias do monte, tremoeiras do mar,
¿ónde vérei a lúa da airas que gardedesm
¿onde meus carros, minas dornas, ónde
ouvirei no meu peito enguedellado
a cantiga do merlo nos outeiros,
na baixamar o tremer da iauga?
¿Óne teréi na mau, a mau fidalga dela
debaixo dun castiro de pntas exoiadas?
I este meu corazón, ¿o meu corazón onde
acougará sin vos, levándovos adentro?
¿Ónde, meus peixes, minas flores, ónde?
II
Dourados peixes, flores amarelas;
lonxe de vós, ¿ónde deixar os osos,
ónde deixar a mort que vos debo?
¿Qué queredes de min, que de chamades
e depois vos marchades sin levarme?
¿Onde agaraderede, campañeiros?
¡Xa vem o tempo de que flores falen,
xa ven o tempo de que os peixe digan!
III
Dourados peixes, flores amarelas,
cando sño con vós nácenme verdes,
azules carballeiras que me arrolan
num outo estrelecer sobro da noite,
nunha neve romeira tras a vida.
E vou, lonxe de vós, inda mais lonxe,
para vos lembrar millor, mais docemente,
o mesmo cun pandeiro que caíra,
baixara dando tumbos
dendê o berce do monte alboreado
ao cadaleilo, xa sin fin, do mar:
lonxe de vós, inda mais lonxe. Lonxe. Lonxe.
*
VEJA e LEIA outros poetas da ESPAÑA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/espanha/espanha.html
Página publicada em fevereiro de 2022
|